Alvenaria convencional ainda é o carro-chefe na hora de construir

A engenheira civil Aline Paes, de Apucarana, explica as vantagens desse método construtivo.

Alvenaria convencional ainda é o carro-chefe na hora de construir no Brasil e também mundo afora. Entre as razões para apostar nesse método construtivo estão a liberdade criativa, a facilidade na realização de manutenções e reformas, o que permite alterar o uso e o aproveitamento de ambientes.

“A alvenaria convencional com a estrutura em concreto armado é o método construtivo mais empregado no Brasil, desde as construções informais até edifícios de múltiplos andares. O concreto armado forma um “esqueleto”, que dá a sustentação para a edificação, enquanto a alvenaria faz o preenchimento dos vãos”, explica a engenheira civil, Aline Paes, de Apucarana.

Por outro lado, a profissional esclarece que o tijolo é o produto manufaturado mais antigo e usado na construção civil. A escolha por esse material está associada à fácil obtenção e manuseio. Na antiguidade, o tijolo surgiu com a vantagem de ser mais leve do que as pedras. Porém, para cumprir a função estrutural, as paredes precisavam ser grossas. “No século XX, o concreto armado chega e revoluciona o mundo da construção, possibilitando o uso da alvenaria como conhecemos hoje”, comenta.

A engenheira civil observa que, ao contrário do pensamento comum, o tijolo baiano não tem função estrutural. “Todas as cargas de uma edificação são distribuídas pela laje, vigas e pilares, e o tijolo tem a função apenas de vedação, ou seja, fazer o fechamento das paredes. Dessa forma, se tornou possível a realização de projetos contendo grandes vãos e estruturas curvas, conquistando os arquitetos modernistas e possibilitando obras icônicas, como o Edifício Copan, de Oscar Niemeyer”, exemplifica.

Para Aline Paes, as grandes vantagens da alvenaria comum são a liberdade criativa que ela permite ao projetista, a facilidade na realização de manutenções e reformas, possibilitando a remoção de paredes e a flexibilização das plantas, e mudanças no uso e no aproveitamento das edificações. “Esse fator torna as edificações mais atrativas e comerciáveis. Além disso, a facilidade de encontrar mão-de-obra especializada é outro atrativo”, pontua.

Em contrapartida, ela ressalta que o tempo de execução é um pouco mais longo. “Por ser pouco industrializado, depende muito da mão-de-obra, se tornando mais suscetível a imprevistos, retrabalho e até improvisos. Além disso, o constante recorte de paredes para a passagem de tubulações gera um grande volume de entulho”, afirma.

Novos cenários

Atualmente, segundo a engenheira civil Aline Paes, existe uma gama de sistemas construtivos mais modernos e que proporcionam um processo mais industrializado à construção civil. Porém, esses sistemas precisam de mão-de-obra especializada, projetos mais detalhados e um planejamento maior antes de “fazer o primeiro furo no terreno”. Na avaliação da profissional, para que os novos métodos sejam mais utilizados, é preciso difundir a ideia de que a obra começa dentro do escritório. “Um projeto bem-feito é capaz de prever e evitar dores de cabeça, como atrasos e custos excessivos durante a obra. A escolha do sistema construtivo deve se basear nas necessidades do proprietário da obra, como o tempo de execução, a finalidade da construção, se haverá a necessidade de alterações futuras, além da disponibilidade de mão-de-obra e de materiais. Não podemos dizer que um sistema construtivo seja melhor que outro, mas quando escolhido, planejado e executado de maneira adequada, a obra ganha diversos benefícios, como economia e agilidade”.

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